Dia da Escola sem celular

No dia 15 de março celebramos o Dia da Escola. Mas neste ano o Dia da Escola está diferente em todo o Brasil porque desde o início do ano letivo temos uma nova realidade no país: a regulamentação do uso do celular que proíbe a sua utilização durante aulas, recreios e intervalos.

Passado mais de um mês de aulas, estamos acompanhando os resultados e as percepções de diferentes escolas no estado do Rio Grande do Sul sobre o assunto, que causou polêmica quando foi anunciado pelo presidente Lula em janeiro de 2025.

As comunidades escolares estão lidando de formas diferentes com a regulamentação de vigência nacional. Cada escola pode estabelecer suas regras de portabilidade e definir seus encaminhamentos caso haja resistência em seguir a lei.

Como temos visitado muitas escolas neste período, o que podemos observar é que há muito mais interações sociais nos recreios e intervalos e, ao perguntar a professores e equipe diretiva, também recebemos depoimentos positivos sobre a não utilização dos telefones celulares durante as aulas favorecendo o aprendizado e o desenvolvimento de capacidades que exigem atenção dos alunos.

Sabemos que faz pouco tempo para que haja um consenso estabelecido, mas por enquanto em todas as escolas que visitamos há uma cena diferente que se sobressai e que inclui mais trocas entre pessoas sem mediação tecnológica e até uma maior movimentação e barulhos, inclusive nas escolas de ensino médio onde a faixa-etária é de jovens adolescentes.

As conversas passaram a ser interpessoais e não mais via whatsapp, por exemplo, e os jogos esportivos e de tabuleiro estão sendo procurados, uma vez que os jogos online não podem mais ser usados.

Constatamos algumas opiniões divergentes que não são favoráveis à proibição do uso, pois questiona-se a necessidade de se educar para o bom uso do celular como uma prerrogativa pedagógica e também algumas reclamações de alunos, famílias e professores quanto ao fato de que hoje o celular representa um canal de comunicação direto e funciona como acesso a contas bancárias e aplicativos de transporte.

Há escolas em que o celular dos alunos e do professor faz a diferença para atividades como única possibilidade tecnológica devido à falta de infraestrutura adequada.
Muitas vezes esses dispositivos estão sendo substituídos por tablets e notebooks, mas isso não acontece na maior parte das escolas e, por essa razão, os professores continuam a utilizar o celular como ferramenta pedagógica.

O que foi ressaltado pela maioria dos diretores é a parceria que se começa a perceber entre famílias e escolas neste desafio de utilizar de forma consciente o celular. Pois mesmo que haja uma regra para o uso nas escolas, sabemos que em casa ou em outros ambientes a questão dos celulares também traz preocupações seja sobre o tempo que se passa online ou pelo conteúdo a que se tem acesso.

Esperamos que essa nova realidade das escolas torne-se um possível caminho no sentido de promover uma educação de mais qualidade para todos!

 

Foto: Alunos da Aldeia Lumiar.

Por: Tiago Coelho.

 

Compartilhe nas redes:

WhatsApp