William na Centrale Supeléc de Paris
Em apenas quatro anos, o porto-alegrense William Simon Horn percorreu a trajetória dos sonhos de qualquer estudante: saiu de uma escola pública da Capital, completou o Ensino Médio numa instituição privada de excelência, passou no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul para estudar Engenharia Física e conquistou uma bolsa de estudos no curso de graduação de uma das mais prestigiadas universidades da França.
William é ex-bolsista do Programa Primeira Chance, executado no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina pelo Instituto Jama, em parceria com a ONG Primeira Chance, de Fortaleza. O programa destina-se exatamente a proporcionar a alunos da rede pública a oportunidade de complementar sua formação numa escola privada, por meio de bolsas de estudo. O jovem, que estudava na Escola Estadual de Educação Básica Presidente Roosevelt até 2015, concluiu o Ensino Médio no Colégio João Paulo I Sul em 2016, passou em quarto lugar no vestibular para Engenharia Física na UFRGS em 2017 e, após cinco semestres, capacitou-se para um curso de Engenharia Generalista na Centrale Supeléc, com a bolsa Eifell oferecida pelo governo francês.
Aos 20 anos, ele faz parte do programa de duplo diploma nas Écoles Centrales – um grupo de faculdades francesas de excelência que são conveniadas com universidades brasileiras e oferecem cursos nas grandes áreas da engenharia. O grupo é dividido em cinco universidades de engenharia que funcionam em cidades diferentes: Centrale Paris, Centrale, Lyon, Centrale Lille, Centrale Nantes e Centrale Marseille. William é aluno da Centrale Paris.
Essas faculdades têm como principal objetivo preparar futuros gestores de grandes empresas. Para chegar a elas, o candidato precisa estar matriculado num curso de Engenharia das universidades brasileiras conveniadas (UNICAMP, USP, UFRJ, PUC Rio, UFC e UFRGS) e estar cursando pelo menos o quarto período letivo de seu curso. Uma vez aprovado no difícil processo seletivo, o aluno pode pleitear dois tipos de bolsa de estudo: a bolsa Brafitec, do governo brasileiro, e a bolsa Eiffel, do governo francês. William ganhou a segunda, com todas as despesas do seu intercâmbio custeadas pelos anfitriões. Serão quatro semestres com alta carga horária de matérias, trabalhos e estágios obrigatórios. Depois, ele terá que retornar ao Brasil para concluir o curso na universidade de origem, o que lhe dará direito a dois diplomas: o brasileiro e o francês, válido em toda a Europa.