Bolsistas não pararam na quarentena

Bolsistas na Pandemia

 

A rotina mudou, mas a atividade escolar continua intensa para as cinco estudantes de Ensino Médio que participam do programa Primeira Chance, mantido pelo Instituto Jama no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, em parceria com a organização não governamental Primeira Chance, de Fortaleza. Quatro meses depois da suspensão das aulas presenciais devido à pandemia da Covid-19, as jovens continuam estudando a distância e participando ativamente dos trabalhos escolares por meio das ferramentas digitais disponibilizadas por suas respectivas instituições de ensino.

Questionadas pelo Instituto Jama sobre como estão enfrentando as dificuldades da quarentena, todas manifestaram confiança e determinação, conforme os relatos abaixo:

Aisha de Almeida, 17 anos, 1º ano do Ensino Médio no Colégio Israelita Brasileiro: “Os estudos nunca foram interrompidos. Nossos professores estão realizando as atividades por meio da plataforma Google Classroom e usando o aplicativo Zoom para as lives. O colégio é bem exigente, com muitas tarefas cobradas semanalmente em todas as disciplinas e avaliações virtuais. Não enfrento problemas com a tecnologia. A coordenação organizou um horário semanal com lives das disciplinas durantes as manhãs. Uso as tardes e noites para fazer as tarefas solicitadas. O primeiro trimestre foi concluído no prazo previsto. Já realizamos as provas parciais do segundo. Os conteúdos previstos no início do ano estão sendo abordados na sua totalidade. Durante a quarentena, o uso de vídeochamadas para manter o contato com amigos e familiares na falta do contato pessoal. Enquanto não voltam as aulas presenciais, o ensino remoto garante o aprendizado.”

Ana Clara Bitencourt, 17 anos, 3º ano do Ensino Médio no Colégio Bom Jesus Coração de Jesus: “O colégio Bom Jesus adotou o método de educação a distância mais ou menos duas semanas após o início da quarentena. No início, recebíamos aulas gravadas pelos professores da central do colégio em Curitiba, assim como atividades propostas, pela plataforma do Google Classroom. Nesta fase, podíamos acessar as aulas em diferentes horários, mas, para manter minha rotina e minha organização, procurava sempre assistir às aulas no período da manhã, para poder fazer as tarefas propostas e estudar à tarde. Enquanto isso, nossos professores estavam à disposição para sanar nossas dúvidas.
Nas semanas seguintes foram reajustando e aperfeiçoando esta dinâmica, de forma que as aulas passaram a ser transmitidas ao vivo, online, através do Meet. Todos os conteúdos estão sendo ensinados pelos nossos professores, todos os dias, das 8:00 às 12:20, incluindo um dia de contraturno por semana (quinta-feira), das 14:00 às 18:20h, seguindo os mesmos horários e quantidade de aulas do ensino presencial. A partir daí, tudo melhorou 100%, pois estamos ao vivo com nossos professores e podemos mais facilmente tirar nossas dúvidas, trocar informações, além do contato com nossos colegas, tornando nossa rotina de estudos um pouco mais humanizada.
Participo também do FERA MAIS, que é um projeto do colégio que oferece aos alunos do terceiro ano do Ensino Médio aulas extras de matemática, física, química, biologia e atualidades, direcionadas para os vestibulares da região. O FERA MAIS funciona de segunda à sexta (exceto quinta-feira), no período da tarde. Além disso o colégio ajustou um novo cronograma de avaliações, como simulados da UFSC e ENEM e também redações valendo nota, as quais devemos enviar aos professores toda semana.
As aulas a distância foram difíceis no início, principalmente por falta de costume, tanto dos alunos quanto dos professores, em relação ao método e à plataforma, mas depois de algumas semanas de prática e de adaptações corretas, tudo tem transcorrido da melhor maneira, com todos os conteúdos sendo passados e o fechamento do primeiro semestre com o cronograma de ensino em dia.
Minha rotina de estudos é bastante intensa, procuro me dedicar ainda mais, pois, apesar de tudo, acabo tendo mais tempo. Incomoda a incerteza de quando e como serão os vestibulares, o ENEM. Me entristece um pouco o fato de sermos privados dos momentos mais divertidos do terceirão: o convívio com os amigos, professores e colaboradores; as Olimpíadas do colégio; a festa junina, onde todos esperavam até o final pra assistir a coreografia do terceirão; os micos; os preparativos pra formatura; etc.
Estou realmente em isolamento social, desde o início não saio de casa, tenho contato apenas com meus pais e irmã e, de longe, com alguns outros familiares que moram próximo, mas sempre tomando todos os cuidados. Minha mãe sai porque precisa trabalhar, meu pai não pôde retornar ao trabalho porque tem asma e não foi liberado, por isso teve redução no salário. Mas, apesar disso, estamos bem, com saúde e isso é o que mais importa.”

Lara Alves Kunrath Padilha, 16 anos, 2º ano do Ensino Médio no Colégio Israelita Brasileiro: “Continuo com minha rotina normal de estudos. Estou indo bem, tenho muitos recursos para poder estudar, como livros, aulas online, etc. Não enfrento dificuldades, mas, às vezes, algum imprevisto como a queda de wifi, que acaba prejudicando o acompanhamento das lives. Sigo o cronograma que o Colégio indica, acordando as 8h e, a partir daí, participo das lives, que vão até 12:55. Pela tarde faço algumas atividades da casa e dedico algumas horas para fazer os trabalhos e estudar por sites de aula online, como Me Salva! Descomplica, Khan Academy, pois sinto que consigo me concentrar mais durante a tarde. Considero o primeiro trimestre muito bem concluído, com apenas alguns ajustes para o segundo. Os cronogramas de conteúdos continuam os mesmos.
Acho que estamos atravessando bem a quarentena, dentro possível, e concordo com o prolongamento máximo dela, para evitar nossos contágios da doença.”

Maira Farias Freire, 14 anos, 1º ano do Ensino Médio no Colégio Israelita Brasileiro: “Continuo estudando normalmente. No começo havia excesso de conteúdo, mas agora está melhor. Logo nas primeiras semanas tive algumas dificuldades com a tecnologia, mas agora já me acostumei. Passo maior parte do tempo em frente ao computador, realizando as atividades, que são extensas. Entretanto não tenho um tempo específico para estudar todas as matérias. Concluí o primeiro trimestre com boas notas, fiquei pendente somente em hebraico. Os conteúdos são os mesmos das aulas presenciais, mas as matérias em que utilizamos o laboratório se tornam um pouco abstratas. Durante a quarentena, fui convidada pela escola para participar de um bate-papo com o jornalista David Coimbra, e também recebi o convite para participar da propaganda do CIB. São tempos difíceis para todos, mas estamos bem.”

Maria Helena Nunes Ribeiro, 16 anos, 1º ano do Ensino Médio no Colégio Catarinense: “Continuo estudando. Passei a ter aula a distância um dia após o decreto sobre a quarentena. O estudo online tem sido excelente. Recebo um plano de estudos semanal. Temos acesso às aulas gravadas de conteúdo e todos os dias temos aulas ao vivo. Além disso, o material da Poliedro é fantástico. Não temos qualquer dificuldade com a tecnologia. O Colégio Catarinense usa três plataformas que são: Teams, Moodle e Studos. Minha rotina está assim: Todas as quintas à tarde, aula de Alemão. Todas as manhãs para as demais matérias, com exceção de Educação Física e Inglês, porque faço em outras instituições. As provas do colégio são realizadas nas segundas e quartas no início da tarde. Todas as aulas são a distância. No colégio e na Educação Física já concluí o primeiro trimestre. O ensino a distância promoveu um aumento considerável de conteúdo. Também há um aprofundamento muito maior. Moro longe do colégio e, devido ao trânsito, tinha que acordar todos os dias as 4h45. Perdia muito tempo com o deslocamento. Além disso, as insuportáveis conversas paralelas entre os alunos desinteressados durantes as aulas não existem mais. Nesse formato, os alunos podem se preparar para as aulas com antecedência e tirar todas as suas dúvidas. Agora posso acordar às 7h e ter muito mais contato com a natureza que tanto amo. E por falar em natureza, estou acompanhando o crescimento de um bebê ganso e dois patinhos. Dão muito trabalho, mas é uma situação incrível.”

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